Patologias

O GLAUCOMA EM CÃES E GATOS




Esta patologia é uma das principais causas de cegueira em cães, sendo menos comum em gatos. É um processo degenerativo e doloroso principalmente em animais.

O Glaucoma é uma Síndrome

Atualmente, o Glaucoma é um considerado uma síndrome e caracteriza- se pelo aumento da Pressão Intra Ocular (PIO). Envolve estruturas oculares como Cabeça do Nervo Óptico, vasos retinianos, ligamento pectinato e ângulo iridocorneal.

A Fisiopatologia

É importante que se entenda o papel da enzima Anidrase Carbônica, para que se entenda a fisiopatologia do Glaucoma, já que a maioria dos tratamentos medicamentosos antiglaucomatosos envolve esta enzima.

A Anidrase Carbônica age sobre o Corpo Ciliar, sendo responsável pela produção continua do Humor Aquoso, um líquido transparente que preenche o olho e mantém as estruturas organizadas em seu interior.

O Humor Aquoso possui inúmeras funções como carregar nutrientes e oxigênio ao cristalino e ao endotélio da córnea, removendo seus catabólicos.

Sua drenagem é realizada por duas vias; A Via Córneo –Escleral, principal via em cães e gatos, e a Via Úveo-Escleral.

O aumento da produção do humor aquoso (Glaucoma de ângulo aberto, mais comum em humanos) ou a diminuição de sua drenagem (Glaucoma de ângulo fechado ou estreito, mais comum em cães), são os fatores que determinam o aumento da PIO, caracterizando o Glaucoma.

Esta hipertensão ocular prejudica o funcionamento eficaz de todos os componentes do bulbo ocular.

Os Sinais Clínicos

Os sinais clínicos do Glaucoma são: edema de córnea, lacrimejamento, dor, desconforto à presença de luz, coceira, congestão episcleral e pupilas dilatadas . Em glaucomas severos, o animal pode apresentar-se com aumento considerável do bulbo ocular, pois com o aumento da pressão, as fibras de colágeno que compõe a esclera, rompem-se, o que em geral, vem associado a um descolamento de retina e danos irreparáveis à visão.

No caso de Glaucoma agudo, o animal deve ser encaminhado ao serviço especializado o mais rápido possível para normalização da PIO e manutenção da função visual. Quanto mais rápido o animal receber o tratamento adequado, melhor é o prognóstico para sua visão. Danos irreversíveis podem ocorrer de 8 à 48 horas após o aparecimento dos sinais clínicos.

No Glaucoma crônico, onde já existem lesões irreversíveis como buftalmia, danos corneais, luxação ou subluxação de lente, o objetivo é apenas diminuir o desconforto da hipertensão ocular, já que o olho não apresenta mais visão.

O Diagnóstico

O diagnóstico do Glaucoma pode ser realizado utilizando Tonômetros, instrumentos oftalmológicos capazes de aferir a Pressão Intra Ocular (PIO).

Há tonômetros bem simples no mercado como o Tonômetro de Shiotz

( Tonômetro de indentacão), que apresenta baixo custo, mas é menos preciso que o digital, mais desconfortável à realização do exame e necessita de grande habilidade e experiência de quem o opera.

O TonoVet (Tonômetro de Aplanacão) é um tonômetro digital reconhecido mundialmente como o método mais moderno, prático, seguro e preciso para o diagnóstico do Glaucoma. Seu uso é direcionado para

o diagnóstico em animais, pois antes utilizavam-se tonômetros digitais humanos, como o TonoPen.

Ele não necessita da utilização de tabelas para interpretação, como no Tonômetro de Shiotz, mas apresenta alto custo tanto de aquisição como de manutenção.

A Gonioscopia é outro método de diagnóstico onde utiliza-se uma lente com espelhos, que ao ser posicionada na córnea do animal, proporciona visualização do ângulo iridocorneano. Com este exame, pode-se, inclusive evidenciar predisposição a um quadro glaucomatoso . Este método é oferecido por especialistas.

A Optivet oferece em sua rotina, todos os métodos de diagnóstico precoce do glaucoma, para que os animais atendidos em nossa unidade tenham diagnóstico preciso e um tratamento eficaz.

A Classificação do Glaucoma

O Glaucoma pode ser classificado como Primário (de ângulo aberto, estreito ou fechado quando envolve alguma alteração na produção ou na drenagem do humor aquoso), ou Secundário, causado por outras patologias oftálmicas como Catarata intumescente, uveíte, luxação ou subluxacão do cristalino, traumas ao bulbo ocular ou doenças sistêmicas como a síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada (Síndrome Dermato-uveal), erlichiose e leishimaniose, tão comuns em nosso meio.

O Tratamento

O tratamento do Glaucoma pode ser Clínico ou Cirúrgico.

O tratamento Clínico envolve medicação injetável, sistêmica e/ou tópica por meio de colírios.

O tratamento Cirúrgico consiste em tentativas na diminuição da produção do humor aquoso, por meio da destruição do corpo ciliar com uso de técnicas de criodestruição ou aumento da drenagem, criando-se vias alternativas através de drenos. O uso de cirurgias para tratamento do Glaucoma na Medicina Veterinária ainda é controverso.

Em Glaucomas onde não se consegue reverter a PIO a valores aceitáveis e compatíveis com o bem estar do animal (que é entre 15 à 25mm/Hg) a enucleação ou evisceração deve ser considerada para retirar o animal do quadro de dor.

O Diagnóstico Precoce

O diagnóstico precoce é de extrema importância para um tratamento eficaz do Glaucoma e diminuição dos danos que ele causa a visão.

Considera-se que o exame oftalmológico anual, já instituído e estimulado por clínicos veterinários nos Estados Unidos e países da Europa, seja a forma mais eficaz de se prevenir danos irreversíveis e quadros de dor exacerbada em animais de companhia.

Sinais de anomalias na visão de seu animal como secreções, inchaços, coceiras, vermelhidão, opacidade, lacrimejamento ou ainda sinais de perda de acuidade visual devem ser avaliados, pois podem ser os primeiros indícios de um quadro glaucomatoso.

Animais com Erlichiose, Leishmaniose, Babesiose e outras doenças parasitárias, devem ser acompanhados assim que diagnosticados, pois tais doenças trazem aumento de PIO e conseqüente perda de visão. A partir dos sete anos, todo animal deve ser submetido a exames oftálmicos rotineiros para diagnóstico precoce de quadros como Glaucoma e Catarata. Animais diabéticos ou com alterações endócrinas, assim como animais já cegos também devem receber acompanhamento oftalmológico.

Fique atento aos sinais de alterações oftálmicas compatíveis com este quadro, pois quanto mais rápido o serviço especializado for procurado, melhor e mais chances de haver manutenção da saúde da visão de seu animal.

Procure o Médico Veterinário de sua confiança e ele, caso ache necessário, encaminhará seu animal para nossa avaliação especializada.



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